quinta-feira, 10 de junho de 2010

Appéritif




Deste, putinha!O teu sorriso pataca de meia boca, todo reforçado em cinturas e rodeios leves, medíocres, tímidos, vergando-se todo para mim, quando na hora primeira de intento, o que este vento que sopra teu passar, é vento puro de somente covardia!
Eu te levaria sim! Arrastado pelos cabelos e mesmo dentro desta fúria, tomando cuidado para que ninguém na rua nos avistasse juntos e a humilhação fosse somente tua, a dor e o desejo somente teus. E te lançaria de costas à parede do primeiro muro ermo que quisesse ser cama para este coito vertical! A mão pressionada em pescoço, teu punho arrebentando com o osso, da minha cara lavada de loção e de barbas, porque detesto lâminas e não sou mais mocinho. Mocinho és tu e pederasta! Assim também como eu, mas nunca igual, porque teu medo orienta teu pau enquanto o meu pau orienta o teu medo.
Treme pateta! Treme enquanto aperto teu saco, todo escondido na cuequinha de flores que a tua vó te deu! Geme, patético! Me dizendo que nunca fez isso, que tu és homem de verdade, que vais casar, ter filhos com mulheres, enquanto eu esfrego a cabeça nas tuas coxas te dizendo: Eu também, eu também, eu também!....
Eu juro que não vou rir, eu juro que ocuparei a minha boca na sucção dos buracos do teu ventre, mastigando as tuas carnes, emprestarei o sal da minha língua salivada e quando o teu verbo falir e calar e ruir na tua boca roxa, estremecida, eu te darei de novo o prazer de poder dobrar teus joelhos e contrariar a mãe que te reprime, mamando sedento em outra teta. E se eu fosse descontrolado, deixaria que tu bebesses do meu leite mais poroso e desavisado, tu cuspirias na minha bota lustrada, me chamando de malvado, de bandido, de perverso, de demônio, de cão! Mas eu sou “bonzinho” e sei prender minha vontade, justamente quando me convém, porque eu quereria mesmo, era te ver rosado, amolecendo as ancas, falando com voz de moça e o meu sapato mais brilhante ainda.
E quando tu pensasses que eu era todo cruel, todo ruindade,quem sabe paixão e revelia, aí sim! Eu suspenso num pequeno passo de recuo, caminharia flutuante e vento, cavalgando macio o ar de poeira e atmosfera da estrada, de volta ao meu caminho sem nem sequer olhar para trás!
Te restaria, quem sabe, os seminários, os monastérios, os puteiros, as igrejas ou a marinha. E eu confesso, que gostaria de te ver todo vestido em algumas dessas becas pra dizer: Veste mocinho a tua farda e enfrenta a cavalaria de homens nervosos pelo teu cheiro de madre-silva, teu rostinho de maçã, tranca bem rente o teu cuzinho colorido entre as pernas, porque o bem que eu não te fiz hoje, a vida com certeza te fará amanhã.

O Pornógrafo