quarta-feira, 14 de julho de 2010

L'art de dompter les chevaux



Se for para tirar leite de pedras, eu prefiro masturbar um cavalo selvagem. Tenho certeza que a mim dará muito mais prazer, o meu ato e o próprio cavalo.

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Toda a vez que eu digo e quando digo eu sei por que moro em mim, toda vez que eu digo que não posso mesmo é ver um olho, um jeito forte de olhar igual ao teu, é porque sei da minha incrível e incorruptível capacidade de meter. Meter meus jeitos mais profanos e profundos fonte adentro de pessoas como você. Como é você? Tudo bem, eu rio e faço o seu jogo e te explico e te descrevo pra esta tua ainda suportável necessidade primaveril de se ver nos espelhos da boca da gente. Um homem esperto como eu, sempre terá paciência para comer um cuzinho cheio de glorias como o teu. Eu te explico e te descrevo para que você no final de tudo apenas me diga que “eu não faço essas coisas!”que, “e nunca dei pra ninguém!”
Você? É uma pessoa incrivelmente bandida e perfumada. O que te faz incongruente e versátil, porque os bandidos deveriam feder, assim pensam os religiosos (os católicos em especial.) os moralistas, os que não gostam de resfolegar os sovacos das pessoas suadas, gastas e ainda detidas no recente corpo do trabalho. E digo aqui trabalho, para definir qualquer grupo de ações físicas que gastem do coro às carnes do corpo, suas dobras, sua energia, seu cansaço, qualquer atividade que desequilibre na balança do próprio eixo a porção medida em si mesmo, quase exata. Você é assim! Falei difícil? ... Eu rio de novo e faço você mais soltar ainda a alma do corpo, enxergar nos meus dentes, nas minhas rugas de expressão o quanto eu pareço entregue e realmente absorvido em você. Eu rio de novo e faço você medir lá no cadinho preguiçoso do seu íntimo, que eu só posso estar seduzido sim, porque a esta hora, um homem maduro e cheio de farturas como eu, poderia estar tratando de negócios nas mesas de um banco ou palestrando nas faculdades, eu nem te disse o que faço da vida! E aí você mede de verdade no seu vento de vontades e coerências que eu podia sim estar relaxado numa espirradeira com as pernas brancas estendidas, como uma lagartixa de raríssima espécie, uma iguana quem sabe colorindo de desejos e felicidades porque eu sei quem eu sou! E você diz aí bem dentro de si __ “tão lindo e charmoso, está aqui detido comigo, enquanto poderia estar bolinando o próprio saco de pêlos doirados, rosa acetinada a fibra dessa pele íntima, coçando o saco, apertando o pau, tomando “drinks” luminosos e tirando onda no seu quintal! Mas está aqui, querendo trepar comigo!”
E quando tento novamente explicar, você me interpela e apenas me diz: “__Está bem! Não precisa, eu acredito no que você diz e acho que entendo sim! Mas aqui dentro! Como uma vontadezinha de tomar sorvete no meio da madrugada!”
Eu acho insuportavelmente brega tudo o que você diz e desvio minha atenção dessas horas, vou franzir o cenho e ficar mais sério porque não consigo mesmo sorrir. E quando você me olha de novo daquela forma, daquele jeito, meu pau muito mais se endurece e minhas calças de panamá têm desta crisálida grossa, longa e enervada, o mais delicioso desconforto estendido, pulsante e apontado.
Revelo meu pau com os olhos, e o pau que você vai chupar terá muita atenção e generosidade para acatar da sua boca, as palavras que tão brega você não soube dizer, porque apenas queria falar bonito, porque eu te “achei” e supus beleza. A língua e a manta espessa nos teus desvarios estremecerão, enquanto eu apenas me enfio com cuidado por sua garganta, deixando apenas a bala da cabeça grossa o dom de ser sabor obtuso e muito mais espiritual do que palatino. Bondoso, menino, ainda te direi palavras doces enquanto me chupas, revelando ainda no alto desta estrutura longa que me cobre até o alto frontispício dos cabelos, uma vereda tão pascal e delicada nos olhos, gemidos tão pequeninos saltando feito lencinhos do alto de minha cabeça, que nesta hora você pensará que me domina por completo, que minha fraqueza no meio desse corpo forte é prova clara e religiosa de decência e que portanto deixar que eu te irrompa os buracos, não seria nunca pecado, mas comunhão e benção, neste mundo vasto de desterro. E confesso somente para mim, que o teu perfume é frugal e tem o cheiro das missas doces de domingo, quando ainda eu amava a mãe como única mulher da minha vida, quando o pai, não tinha sequer obrigação de ser somente forte e por esta força, nunca deixar perecer de nós todos a magnânima e fantasiosa idéia de justiça. Como os buracos e as dobras do teu corpo, me traziam a nostalgia embotada e perturbadoras das minhas primaveris braçadas adolescentes, o corpo imberbe, o mastro branco a frente, vem talhado de veias verdes nunca delicadas, do meu cacete ainda jovem trazendo do susto ainda que esperado, a idéia soberanamente inatingível de Deus na ponta desta espada ancestral para o mundo. O meu primeiro orgasmo teve as mesmas fibras da oração, o mesmo êxtase das orações para os santos chorosos, n’onde eu sorria porque tinha no corpo o Espírito Santo e aquilo era “apenas” alegria, liberdade, vida sem condição! Por tanto não tenho medo de Deus, nunca mais, desde àquela hora, nunca mais tive medo de Deus e o compreendi nas minhas mais miseráveis e fastias oportunidades do tempo.
Um suspiro!
Com toda a minha praga nunca renegada, com toda a minha incomum maneira nos olhos, apenas beijei teu corpo da cabeça aos pés e te pedi que não confiasse em mim, que se protegesse do meu veneno, do meu visgo, das minhas presas, que se protegesse da minha crueldade. E na reversa eficácia das igrejas, o que de ti antes era charminho defeso eu fiz ser, num quase passe de mágoas, mágica! Abertura para eu te meter, meter, meter, meter, como a dureza singela e profunda dos homens que sabem mentir dizendo toda a verdade, para converter... medo em desejo, negação em vontade.

Se for para tirar leite de pedras eu prefiro masturbar um cavalo selvagem.

O pornógrafo