sábado, 30 de abril de 2011

Du haut de ma faim invariable




Do alto da minha mais invariável fome, do meu mais híbrido e colérico desejo, despertei. Posso dizer, que sou capaz de simular confusão, ainda que naturalmente, sem ter intenção de, a quem quer que me veja pairado, sofismando silêncios tão profundos que seja capaz de supor nesta ou naquela hora, tristeza. Fica de mim um calado gesto, erguendo-se tão lentamente feito a pólvora doce e crispada de uma translúcida transparência, o monte de areias flutuando por vontade própria como mágica silenciosa, ilusionista ao vento, assim, tão quieto eu serei capaz de confundir. Calando meus mais íntimos pensamentos, ainda que pouco submerso pelo peso “arregado” do sono, as pálpebras pesadas e cansadas serão capazes de traduzir quem sabe, uma boa noite ou boa e digna parte do dia dormido, mas em momento algum, aquele que não for esperto e não tiver a intima perfuração dos meus entanhos, dos meus segredos e mui dimensionados brinquedos, jamais, jamais, jamais saberá que como uma serpente o desejo sempre nadará dentro de mim. Silente e contínua, sem sequer fazer ruído, sem dizer palavra alguma chiada, eu seria capaz de ser dado como morto e ter o pau duro levantado, a lança que adversa a superfície virá muito mais dos resultados de dentro.(poupem-me as teorias primeiras da bexiga cheia de sangue, da vaso dilatação, dos hormônios e feromônios,das ciências resguardadas do medo.) O que eu busco agora dizer, participa e antecede muito mais a carne porque o que a habita em mim, é matéria do universo e todo feito de espírito. Vontade, celebrada e celerada pela indiscutível e primeira assunção do que é ser. E, do alto da minha invariável fome, eu que tenho comido tão pouco, que já comi de pratos e vegetações tão diversas, de carnes tão brancas, outrora vermelhas, duras ou macias, eu, apenas te quero dizer, que se me quiseres suplantado desse mundo, reencarnado nestas carnes que estou, ainda assim, não será nada difícil me encontrar na mera e simplória suposição de que a maior compreensão do meu “fetiche”, tenha sua nascedoura concepção no feitiço.? E feito isso, aí sim, poderás compreender que a minha doce e sacro-santa putaria, começa mesmo é no silêncio, para quem sabe, eu disse, quem sabe, quem sabe gritar palavra que advenha da necessidade real do corpo de fonar, de soar, de grunhir, ou palavrear na hora doce e rústica de minha foda.



Resposta aos teus tapumes e escoras para re_ dignar o nosso sexo.


O pornógrafo

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